«Ele vai morrer, não sei o que hei-de fazer», foram algumas das palavras gritadas durante ao longo dos quase cinco minutos em que o pai esteve ao telefone com o serviço de emergência da polícia de Shiner, localidade no estado do Texas. Momentos antes, acabara de espancar na cara e no pescoço um homem, que apanhara a abusar sexualmente da sua filha de 5 anos.

O homem em questão acabaria por morrer. O telefonema ficou registado pela polícia, e serviu como uma das provas com que os tribunais ilibaram o indivíduo da acusação de homicídio que, entretanto, lhe fora apontada.

Outras provas intervieram ainda a seu favor: as autoridades encontrariam o corpo do agressor, já morto, com as calças e cuecas para baixo, nos joelhos, e análises realizadas à criança num hospital local confirmaram que fora alvo de abusos sexuais.

A tudo isto acresceu ainda o relato de uma testemunha, que afirmou ter visto o homem a «levar à força» a criança para trás de um celeiro, para onde os seus gritos guiaram o pai de 23 anos que, chegado ao local, afastou Jesus Mora Flores da sua filha para depois o espancar. O homem, de 48 anos, tinha anteriormente trabalhado para a família da criança, como tratador de cavalos.

O Huffington Post citou a Associated Press, e sublinhou que a agência não divulgou a identidade do pai para salvaguardar a da sua filha.

A decisão do tribunal, no fim, resume-se a um ponto: a violência protagonizada pelo pai foi legítima pois visou proteger a sua filha. A lei do estado do Texas consagra vários motivos que possam justificar o uso de força mortal, sendo a agressão sexual precisamente um deles.

O pai nunca chegou a ser detido pelas autoridades, apesar de se ter dado início uma investigação por homicídio.

SOL